Photobucket - Video and Image Hosting Palimpnóia Poemas: Poemas de Dora Vilela PALIMPNOIA POEMAS

Poemas de Dora Vilela

Egoísmo

Seja este verso só meu,
inconfundível, mesquinho,
rude, de pobre lavra,
inútil e desconsertado,
porém meu e só meu,
revirando o avesso,
torcido na pele,
suado de sangue e suor,
um verso tão livre
de tão inevitável,
mas, meu, e ainda meu,
e do fundo da mina
do escuro insondável.

Curtospoemas


que signos se interpõem em nosso zodíaco
que fazem gêmeos nossos prazeres?

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anônimos meus versos
que me remetem a ti
sem precisão do meu nome.

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desnudo-me em preces que te louvam
enquanto me recompões os retalhos
que de mim roubaste.

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invalidaste meu percurso
de antes de te saber,
reflorindo as margens
do caminho que hoje percorro.


Atemporal

não morri ainda
mas já não danço
nem me balança
a festa dos dias
e a chuva de prata,

enfim, só descanso
de fora prá dentro,
arrefeço meu passo
resguardando meu ouro,
que o tempo é escasso.

Poema desnorteado


faminta de expressão
espalho-me sem pejo,
e sai linha de verso
sinuosa, rebelde,
sem rumo certo,
a medo, a modo
cambaio, desconfiado,
verso desfiado,
desconexo,
de linhas frouxas
lã do enovelado
do semi-sonho...
esfomeada de escrita,
esmolo farrapos
que me cubram
as idéias toscas,
sementes, rastejantes,
serpentes, telúricas,
que,entanto,
ardem
e se arvoram em
sêmens, em árvores,
em folhas e frutos.

Dora Vilela publica seus escritos no Blog Pretensos Colóquios




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